Branding pessoal e liderança feminina: um casamento perfeito

            A notícia de que os países que melhor lidaram com a crise do coronavírus são governados por mulheres rodou o mundo nos últimos meses. Nova Zelândia, Noruega, Alemanha, Islândia, Taiwan e outras nações ocuparam manchetes como exemplos de enfrentamento da pandemia com medidas ágeis e eficientes.

            De acordo com uma pesquisa divulgada pelo Fórum Econômico Mundial e o Center for Economic Policy Research no primeiro semestre deste ano, a competência e o sucesso das governantes frente à crise sanitária estariam associados a políticas públicas bem coordenadas e executadas por elas, evitando que a contaminação por Covid-19 se espalhasse e, consequentemente, diminuindo o número de óbitos.

Mulheres no papel da liderança

            A performance das mulheres em papeis de liderança no cenário político, no mercado de trabalho e nos demais contextos sociais vem sendo debatida há anos com o objetivo de colocar em xeque a questão da equidade de gênero e reforçar a luta por representatividade em posições de destaque.

            Dados da consultoria Bain & Company e do LinkedIn mostram que as mulheres são mais preocupadas do que os homens com esse debate: para 82% delas, um prezar pela igualdade de gênero deveria ser uma das metas principais de toda empresa. Para os homens, essa taxa é de 66%.

            Hoje, no Brasil, o cenário não é tão grave como há alguns anos. De acordo com a 15ª edição da International Business Report (IBR) – Women in Business, divulgado em 2019 pela consultoria Grant Thornton, o País figura entre os dez com mais mulheres em posições de liderança no mundo dos negócios. Os dados mostram que em 93% das nossas empresas existe pelo menos uma profissional líder em sua área – a média mundial é 87%.

             Porém, por conta de todas as desigualdades que ainda persistem para que as mulheres ocupem espaços relevantes de decisão, é preciso lembrar que se a imagem de líder não emerge sem que haja uma reputação pessoal e profissional muito bem construída para qualquer profissional, no caso das mulheres é ainda mais delicado.

            Devido à conjuntura machista, os desafios impostos à construção da carreira das profissionais do sexo feminino podem ser maiores e, consequentemente, elas precisam ser mais resilientes para criar autoridade em suas áreas e demonstrar independência na execução das tarefas.

Papel do branding pessoal no sucesso das mulheres

Em outras palavras, as profissionais devem investir em branding pessoal de modo contínuo e estratégico, trabalhando suas marcas justamente na tentativa de anular a desconfiança e o preconceito que ainda resiste no mercado de trabalho quanto à presença delas em certos espaços e cargos.

E isso não é uma questão apenas para as mulheres que chefiam departamentos e alcançaram cargos executivos em grandes multinacionais. Das microempreendedoras às grandes empresárias, a preocupação com a imagem que refletem para o mercado deve ser uma constante.

No caso das mulheres, o processo de construção e gerenciamento do branding pessoal leva em conta o fato de que, para gerarem credibilidade, fortalecerem vínculos e potencializarem seus atributos e os atributos do seu negócio, é preciso ter consciência das desigualdades de gênero específicas de cada área do mundo do trabalho.

Mas a partir do momento em que a profissional descobre e se apropria do seu diferencial, atrelando esse valor à sua marca, pessoal ou da sua empresa, posicionando-se frente aos desafios de maneira coerente, o caminho para galgar os degraus de uma carreira sólida pode ser muito mais tranquilo.

A construção de lideranças femininas é um processo desafiador, mas que contribui para a mudança da cultura das empresas e dos negócios e, claro, para o mercado de trabalho como um todo.  E isso não se faz sem um trabalho contínuo de branding pessoal, reforçando seu propósito e seus valores para que eles reflitam sua identidade ao longo do processo. Quanto mais mulheres se conscientizarem disso, mais exemplos, sem precisarmos lembrar disso apenas em momentos críticos como o da pandemia.

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